segunda-feira, 3 de março de 2014


 

Texto introdutório ao capítulo 3  – 8º ano

As Treze colônias da América antes da independência

Texto escrito por Márcia Ferreira de Carvalho. Graduada em História pela UEFS, professora da rede estadual-  Bahia e municipal- Central e da Escola Cooperativista de Central – Coopec.

Quanto vale a nossa liberdade?  A liberdade de nosso país? É algo indiscutivelmente incalculável, ser independente é poder decidir sobre o nosso destino, os rumos de uma nação, é como o vôo de um pássaro.

Antes de adentramos ao processo que levou à independência dos EUA da América precisamos antes aprender-recordar alguns conceitos importantes ao aprendizado desse conteúdo. Vamos lá:

Metrópole – é aquela nação que possuía várias colônias, ou melhor dizendo  que dominava outro lugar, na maioria das vezes de forma autoritária e com o uso da força. Exemplos de metrópoles Portugal, Inglaterra, Espanha, etc.

Colônia – é aquele lugar dominado que forçadamente deve obedecer às metrópoles. Tem como finalidade o enriquecimento da metrópole fornecendo matérias primas baratas ou de graça, comprando os produtos manufaturados metropolitanos, entre outras coisas. Exemplo de países que foram colônias no passado: Brasil, EUA, países latino-americanos, etc.

Pacto colonial – lei criada pelas metrópoles coloniais que estabelecia o exclusivismo colonial, ou seja, a colônia só podia estabelecer relações comerciais com a sua metrópole, e sempre dando lucro a essa.

Tipos de colonização: 1- colônia de povoamento eram colônias que praticavam a policultura para abastecimento próprio e tinham economia independente da metrópole; 2- colônia de exploração eram as que praticavam monocultura para exportação e tinham economia presa à metrópole.

Costuma-se dizer que as colônias de povoamento tinham muito mais chances de se desenvolverem economicamente, pois não estavam ligadas ao pacto colonial e gozavam de certa autonomia ( mandavam em si mesmo). Já as de exploração, o próprio nome traduz tudo. É aquela que terá todas as suas riquezas sugadas para o enriquecimento metropolitano, o nosso país faz parte dessa triste realidade.

Mas, voltemos às Treze Colônias da América, iniciando com uma reflexão - o que leva um povo a se revoltar? Quando há revoltas as coisas estão boas ou precisando melhorar? Vale a pena lutar por liberdade?

Vocês devem estar se perguntando – como esses colonos foram parar nessas Treze Colônias e por quê? “ Os emigrantes ingleses haviam chegado à nova terra, no século XVII, fugindo de perseguições políticas e religiosas que sofriam em seu país de origem, com um só pensamento: organizar uma sociedade onde pudessem trabalhar e viver com liberdade”. ( livro Sucesso Sistema de Ensino).

Atente-se à citação abaixo extraída de MATERIAL COMPLEMENTAR  www.dombosco.sebsa.com.br  Profª. Luciana — Geopolítica:

 

 “Desde o século XVII a formação humana das Treze Colônias foi bem heterodoxa. No século seguinte já existiam cerca de 2 milhões de colonizadores em dois tipos de colônias. As colônias do centro-norte (Massachusetts, Nova Hmapshire, Rhode Island, Connecticut, Pensilvânia, Nova York, Nova Jersey e Delaware) eram compostas basicamente por descendentes ingleses que procuravam um lugar pra viver. Eram, na maioria, puritanos calvinistas que fugiram da perseguição Anglicana da Rainha Elizabeth. As colônias eram caracterizadas por pequenas propriedades familiares, policultoras, manufatureiras voltadas para o mercado interno com autonomia econômica e trabalhadores livres.

As colônias do sul (Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia) tinham caráter exploratório. Como seu clima é mais quente e propício ao cultivo produtos tropicais como o algodão e o tabaco. Esses produtos eram cobiçados e exportados para metrópole inglesa. Eram típica colônias de exploração. Monocultoras, grandes propriedades, mercado externo e mão de obra escrava (Plantation).”

 

Podemos perceber que nos EUA conviverem ao mesmo tempo os dois tipos de colonização, mas elas deram frutos diferentes, as colônias do norte que eram de povoamento prosperam em riquezas, enquanto as do sul permaneceram submissas aos interesses ingleses, e portanto, menos desenvolvida economicamente.

            E os ingleses, como viam a prosperidade das colônias nortistas? Inicialmente não davam muita importância, de forma que eram “ amigos” dos colonos. O  divisor de  águas dessa situação amistosa foi a Revolução Industrial, a qual gerou mais produtos industrializados e o mercado interno inglês não foi capaz de absorver tanta produção. Quem iria comprar o que estava sobrando? Os colonos norte-americanos. Eles tinham manufaturas na parte norte e por isso não precisavam comprar nada da Inglaterra. E agora? O que fazer? A saída foi tirar a autonomia dos colonos, simples e fácil  – foi mais ou menos assim: colonos tiveram suas fábricas fechadas pelo governo inglês para serem obrigados a comprar os produtos manufaturados britânicos – em resumo, os norte-americanos sabiam produzir, tinham manufaturas, dinheiro e matérias primas, porém NÃO PODIAM POR QUE A INGLATERRA NÃO QUERIA.

A coroa inglesa deu início a uma série de leis para impedir o crescimento colonial e evitar a concorrência. Segue a relação dessas leis:

PRIMEIRA LEI 1732- Lei do Chapéu – proibia a importação de chapéus dos colonos, limitava a quantidade de funcionários das chapelarias coloniais a 2 pessoas.

Após a criação dessa lei, a Inglaterra entre em conflito com a França pela posse de terras e pelo monopólio comercial na América. As Treze Colônias da América foram obrigadas a ajudar os ingleses mandando homens para lutar e recursos materiais e financeiros( comida, armas, munição, dinheiro, etc) e sua participação foi excelente contribuindo para a vitória dos ingleses que adquiriu um grande território correspondente ao Canadá e ao Caribe. Fazendo uso daquelas frases que aparecem nas fábulas, eu pergunto a vocês – Como devemos agir com quem nos faz o bem? Agradecer, mostrar se pronto a retribuir o favor e formar uma amizade. Será que os nossos amigos ingleses fizeram isso?

A resposta é não. Nem fizeram e procuram um pato para pagar as despesas financeiras da guerra dos Sete Anos. Advinha quem foram os patos? Não é difícil de perceber que foram os colonos das Treze Colônias da América. Ao invés de acabar com os impostos, o governo inglês aumenta. Extinção da Lei do Chapéu, que nada, se cria novas leis, tão absurdas quanto a primeira, que receberam o apelido de Leis Intoleráveis.

SEGUNDA LEI 1764- Lei do açúcar que cobrava pesadas taxas sobre o comércio dos colonos com as Antilhas ( o chamado comercio triangular). Ora esse produto gerava o rum e o melaço, sendo que a bebida era usada na África, para ser trocada por escravos que, aqui na América, eram vendidos aos grandes fazendeiros do Sul.­­­­­

TERCEIRA LEI 1765 – Lei do Selo que obrigava a utilização de selo em qualquer documento impresso, jornais ou contratos.
QUARTA LEI  1767) Ato  Townshend  - Leis que taxavam a importação de diversos produtos de consumo.  Criavam os Tribunais Alfandegários.
QUINTA LEI 1773 - Lei do Chá que garantia o monopólio do comércio de chá para a Cia das Índias Orientais
S EXTA LEI 1774-  Ato de Quebec impedia que as colônias de Massachussets, Virgínia, Connecticut e Pensilvânia ocupassem terras à oeste.

Como era de esperar os colonos norte-americanos reagiram com protestos populares nas ruas e em 1770, durante uma dessas manifestações soldados ingleses atiraram nos manifestantes provocando a morte de quatro pessoas e ferimentos a muitas outras, esse episódio ficou conhecido como o Massacre de Boston. Para piorar a situação que já estava bastante tensa entre colonos e governo britânico, a Companhia das índias Orientais, ganha de presente o direito de vender e comprar o chá, retirando os norte-americanos do negócio que consistia em comprar o produto no Oriente e revendê-lo aos consumidores americanos. Diante dessa situação absurda e intolerante os colonos disfarçados de índios  atacam navios da companhia ancorados no porto de Boston e destroem o carregamento de chá.  A reação da coroa inglesa é imediata e severa: fechamento do porto, confisco das armas dos revoltosos e ocupação da cidade.

Só há uma saída para os colonos – pegar em armas e conquistar a liberdade. Retomo as perguntas que fiz no início do texto - o que leva um povo a se revoltar? Quando há revoltas as coisas estão boas ou precisando melhorar? Vale a pena lutar por liberdade?

Respondam a esses questionamentos e postem a resposta aqui no blog e vamos discutir!

 

 

Referências Bibliográficas:


CHAVES, Mário. Sucesso Sistema de Ensino: história 8º ano do ensino fundamental em nove anos. Recife, 2010.



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário