quinta-feira, 20 de março de 2014

texto 2 - 9 ano para leitura e comentário aqui no blog.

Estou aguardando o 9 ano , cadê vocês?


Um defensor do nazismo

6 de maio de 2012 | 21h25

Ethevaldo Siqueira



Nunca supus que ainda houvesse defensores do nazismo no Brasil. No entanto, nada melhor do que um espaço democrático para se debater um tema histórico tão importante quanto esse. Primeiro vamos dar a palavra a um leitor, cujo e-mail traz o nome de Marco Antonio Mattar. Embora seu nome não indique ascendência germânica, ele afirma ser neto de alemão. E escreve-me para fazer observações sobre o artigo O nazismo revisto em 3D, publicado na edição de domingo, 06 de maio, do Estadão. É exatamente o mesmo que tem o título O nazismo revisitado em 3D, neste blog. A seguir, a argumentação de Mattar:

“Quando ouvimos falar sobre a Alemanha nazista, sempre nos é passada a história contada pelos vencedores da 2ª Grande Guerra. Que, nesta época, a Alemanha era dirigida por um louco varrido e doente que levou o mundo à destruição. Analisemos os fatos sem apologia e, sim, imparcialmente.

Adolf Hitler não chegou ao poder através de um golpe de estado, portanto, não deveria ser considerado ditador, além do que a maioria esmagadora dos alemães apoiavam o seu “líder”.

Como era a Alemanha na época do nazismo?

- nesta época a Alemanha recuperou a agricultura e o campesinato para alimentar todo Reich;

- levantou o nível do operariado, que pela primeira vez começou a ser respeitado por toda a sociedade;

- encorajou a moral da família, a maternidade, a paternidade, o respeito e a honra;

- procurou encorajar políticas de proteção ao meio-ambiente;

- provia dinheiro ilimitado para investimento em fontes alternativas de combustível, investindo pesadamente em petróleo sintético e geração de energia por variadas fontes;

- eliminou divisões do povo alemão: cada qual dentro das suas aptidões exercendo uma função em prol da unidade nacional;

- recuperou o orgulho de um povo abatido e humilhado;

- reestruturou a educação;

- eliminou a inflação, as crises e o desemprego;

- construiu milhares de quilômetros de estradas modernas;

- estimulou padrões saudáveis de consumo;

- deu aos trabalhadores suas primeiras viagens de férias;

- criou os primeiros resorts para trabalhadores;

- em 1938, Hitler, foi eleito pela revista estadunidense Times como “Homem do Ano”;

- construiu centenas de milhares de moradia dignas para os trabalhadores, cada uma com sua horta, que a família trabalhava com seu próprio esforço;

- instituiu o Serviço do Trabalho junto ao Serviço Militar obrigatório;

- vários avanços na medicina e pesquisa. Isto e muito mais, além do domínio da fotografia e cinema com imagens 3D.

Bombardeios devastadores de Dresden

Ninguém pode negar que o bombardeio de Dresden por mais de 14 horas foi uma grande tragédia. 135.000 pessoas morreram em consequência de um ataque aéreo sem necessidade militar. Uma cidade completamente desprotegida cheia de refugiados do leste, prisioneiros de guerra aliados e russos e milhares de trabalhadores forçados. Este ato foi, simplesmente, um assassinato em massa, um genocídio contra o povo alemão.

Olimpíada nazista

Jesse Owens, atleta negro dos EUA, ganhador de 4 medalhas de ouro, nunca foi ignorado por Hitler. À pedido do COI (Comite Olímpico Internacional), antes do Führer sair do estádio, solicitaram a ele que não mais cumprimentasse publicamente os vencedores de qualquer competição. Tal fato ocorreu quando Cornelius Johnson (e não Jesse Owens), atleta dos EUA, estava sendo laureado com medalha de ouro pelo salto em altura. Após o pedido do COI, não houve mais cumprimentos do “Líder”, em público, durante o resto da Olimpíada, nem para negros e nem para nenhum outro atleta.

Você sabe quem venceu a Olimpíada? A Alemanha com 33 medalhas de ouro, 26 de prata e 30 de bronze. Os EUA ficaram em segundo com 24 de ouro, 20 de prata e 12 de bronze. Esta Olimpíada foi para mostrar ao mundo o surgimento de uma nova, como aconteceu, e não para mostrar a suposta superioridade da raça ariana.

Visita à Itália

Quando a Alemanha invadiu a Polônia foi para reconquistar territórios perdidos pelo Tratado de Versalhes em que cidades com população de maioria alemã, viviam às margens da sociedade. Interessante notar que quando a Alemanha invadiu a Polônia, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha, porém quando a Rússia invadiu o leste da Polônia, algumas semanas após, a Inglaterra nem se pronunciou. Estava decretada ali o fim do sonho de uma Alemanha realmente independente.

Ainda existe um grandioso tabu quando se fala sobre os progressos da Alemanha nazista, justamente implantado por quem domina as informações.

Pontuei estas considerações porque, como formadores de opiniões, os escritores, jornalistas etc. não devem passar informações fabricadas, de forma parcial ou tendenciosas. Senão, podem cair no descrédito!

Abs., Mattar”

===========================================

Minha resposta:

O nazismo ainda cega algumas pessoas

Prezado Mattar: É curioso, meu artigo está focalizado na apresentação de um documentário audiovisual que reconhece claramente o avanço tecnológico alemão na área de fotografia e cinema 3D. Não escrevi um artigo sobre o nazismo, mas comentei o conteúdo do documentário, com imagens que foram feitas  — não pelos vencedores, mas pelos próprios alemães. Só em resposta a tantas afirmativas inverídicas, eu teria razões para mostrar o que foram Hitler e o nazismo.

Veja a incongruência. No último parágrafo de sua mensagem, você tenta justificar sua apologia da Alemanha nazista, dizendo preocupar-se com a ação dos “formadores de opiniões, os escritores, jornalistas etc.” que passam “informações fabricadas, de forma parcial ou tendenciosas”, e que, por isso, “podem cair no descrédito!”

Mattar, você está absolutamente enganado quanto ao que escrevo: não passo informações fabricadas, de forma parcial ou tendenciosas. Assim, não cairei no descrédito.

Você não esconde sua simpatia extrema pelo nazismo e por Hitler. É um direito seu acreditar em tudo isso. Mas, curiosamente, suas informações só se referem a fatos supostamente positivos na Alemanha nazista – omitindo tudo sobre o genocídio de 6 milhões de judeus, sobre as experiências com seres humanos em campos de concentração, sobre a eliminação pura e simples dos opositores. Nada diz sobre as barbaridades cometidas pelas forças armadas nazistas contra as populações dos países dominados. Nem sobre a blitzkrieg.

É claro que toda guerra é, intrinsecamente, brutal. Assim foram os bombardeios devastadores de Dresden. Mas só eles o comovem. O resto que o nazismo fez é colírio. Não dá um pio sobre a guerra expansionista, cruel e ambiciosa que Hitler deflagrou contra o resto da Europa, aliado a Mussolini e a Hiroito (o imperador japonês).

Não perderei tempo em analisar os fatos positivos da economia e da cultura alemãs – como prova da excelência do nazismo. Eu creditaria muito mais às qualidades do povo alemão. A Alemanha de hoje mostra que o progresso desse país nada tem a ver com ditadura ou totalitarismo, já que vive há décadas a plenitude democrática.

É claro que regimes totalitários podem produzir mudanças positivas – na agricultura, na indústria, na educação, na saúde, na tecnologia e no poderio bélico. Mas por que preço? Será que esses resultados justificariam os meios empregados, a eliminação dos opositores, a censura, a defesa sistemática de ideais racistas?

Não é a história escrita pelos vencedores mas pelos pesquisadores e cientistas honestos que mostra a verdade nua e crua: “a Alemanha era, sim, dirigida por um louco varrido e doente que levou o mundo à destruição” – e à morte de cerca de 100 milhões de seres humanos.

Adolf Hitler chegou ao poder por meio de uma escalada de golpes e de violências – a começar do incêndio do Reischstag, para culpar os comunistas. E se transforma, sim, em ditador, com todos os poderes. É claro que mais de 80% do povo alemão, sob a lavagem cerebral da propaganda nazista, apoia Hitler em plebiscito. Assim aconteceu, também, com o Chile de Pinochet. Um plebiscito “legitimou” o ditador com mais de 80% dos votos dos chilenos.

Sobre a Olimpíada nazista, você tergiversa, pois Hitler retira-se do estádio para não entregar a medalha de ouro a nenhum dos afro-americanos vencedores. Não queira mudar a história. Se tem dúvida, veja o filmete do Youtube pelo endereço abaixo:


No seu destaque sobre a visita à Itália, não há qualquer referência aos fatos que eu cito no artigo, sobre a presença de Hitler em Roma, ao lado de Mussolini.

Gostaria, finalmente, que me apontasse um único historiador independente, sério e honesto, que concorda com sua versão das virtudes do nazismo e da justificativa da guerra que a Alemanha de Hitler deflagrou contra o mundo.

Aqui fica o assunto para debate de nossos leitores.

 


10 comentários:

  1. professora o texto ta grande de mais... eu queria mesmo era que a senhora tivesse feito video aulas pra passar na sala de aula ae ajente intenderia mais sobre o assunto...

    ResponderExcluir
  2. Valeu pela sugestão, vou fazer algumas no próximo conteúdo. Talvez para postar aqui no blog ou assistir em aula. Mas, não deixe de ler o texto, viu.

    ResponderExcluir
  3. professora gostei do texto que fala o lado positivo que o homem mostro de adolf hitler e o lado negativo que a historiadora mostro..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E isso serve para analisarmos que a história é feita por versões, cada um defende aquela que lhe interessa. não acha.

      Excluir
  4. Professora. Gostei do texto, já que mostra que qualquer coisa tem seu lado bom ou ruim, mas tende a tem algo a mais em um lado, e o texto também mostra que cada um tem que ter sua opinião.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Adorei seu comentário e esse é o papel da disciplina história expor os fatos para que vcs cheguem às suas conclusões.

      Excluir
  5. Gostei muito do texto, pois mostra o lado bom no nazismo, quando pensamos em nazismo, pensamos em coisas ruins, mas não foi bem assim, se não fosse o nazismo, a Alemanha poderia não ser o país que ela é hoje.

    ResponderExcluir
  6. ok Helder, obrigado pela participação. Espero ter ajudado com esse texto.

    ResponderExcluir
  7. Um texto muito interessante , pois mostra o laro bon e as coisas boas que hitler fez pra Alemanha!

    ResponderExcluir